Rapaz, tenho um punhado de filmes do Michael Mann separados aqui pra ver. Noite passada pensei em pegar Miami Vice, mas lembrei que Colateral tava pintando lá no Netflix. Faz uns anos o filme passou na Globo e eu comecei a ver bem no meio, mas acabei dormindo. O último filme que vi do Mann fora esse foi Hacker, e digamos que ele não me agradou muito. Ver Colateral já era uma dívida há tempos. E eu até que gostei, viu. Mais do que imaginava. Michael Mann capricha na condução de um filme de ação equilibrado e de tirar o fôlego, temperado pelas performances incríveis dos protagonistas Tom Cruise e Jamie Foxx (que até foi indicado a um Oscar, em 2005, pela sua performance aqui).
O filme começa e o já típico recurso câmera tremida do Michael Mann nos recebe (é o que eu mais adoro no cinema do Mann, pra ser objetivo). Não demora muito e o público é exposto à ação radical e extrema, da velha e boa ida do cinema de Mann. É uma sensação tão gostosa que é um crime pausar a sessão sob qualquer circunstância.
O Jamie Foxx interpreta um motorista que trabalha em turnos noturnos como taxista, e que dá uma corrida a um tempestuoso assassino (Tom Cruise), que foi encomendado para matar cinco pessoas naquela noite, e que usa o taxista como cúmplice do crime, forçadamente. O taxista se vê sem saída, confinado àquela situação deplorável sem ter para onde correr. Apesar dos esforços, ele nunca consegue encontrar um escape. E somado à seu nervosismo, tudo só piora. É aí que ele começa a reagir violentamente, à sua maneira, aos abusos do matador, buscando a cada momento tentativas de se livrar do impiedoso Vincent.
Colateral, no geral, é um deleite. Mais que isso, um prestígio. Quanto às sequências de ação, cada uma mais excepcional do que a outra. A ação em Colateral tem gosto de rush, é decorada por sustos e pulos, e deixa qualquer um à beira da poltrona. Não tem como reclamar desse filme brilhante. Simplesmente não há como.
O roteiro (escrito por Stuart Beattle) é o ponto forte de Colateral. A todo instante, o filme nos transmite a sua pulsante adrenalina, mixando energia e ritmo ao seu bombástico clímax. A química que se constrói entre o assassino de aluguel (Vincent) e o taxista (Max) fixa uma amizade corrompida e temperamental entre ambos que perdura por todo o filme, e que é divertidamente atenuante de se acompanhar. Dois homens, cinco paradas, um só destino. Colateral é um filme astuto e vigoroso. Ação pra todo canto. Michael Mann mais uma vez prova-se o mestre da ação com esse glorioso monumento em seu currículo. Por último, merecem destaque as rápidas performances do ainda pouco conhecido Mark Ruffalo e da Jada Pinkett Smith.
Colateral (Collateral)
dir. Michael Mann - ★★★★
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