sábado, 8 de agosto de 2015

Crítica: "HOMEM-FORMIGA" (2015) - ★★


Vejo muita gente elogiando o novo trabalho da Marvel, Homem-Formiga, aos montes. Não os culpo. Talvez seja um trabalho maior, se comparado aos lixos produzidos pela produtora. Mas, pra mim, Homem-Formiga, por mais esforçado que seja, não se livra das correntes que carregam os outros fracassos. Até, no início, a impressão é: "Finalmente veremos um trabalho cinematográfico da Marvel de qualidade", mas, no fim: "É. Foi mais ou menos". Homem-Formiga, de certo, evolui bastante, mas, por pequenos e ocasionais descuidos continua sendo indiferente. Prezando pelos losers como heróis da história, e até mesmo o vilão, contrariando aquele velho estereótipo dos heróis-ostentação, Homem-Formiga dá prazer e esperança, mas é tudo muito superficial e rarefeito. O final, só como exemplo, deixa bem a desejar.

Recomendo muito ver Homem-Formiga em 3D. Alguns efeitos visuais, especialmente aqueles estrelados por Scott como o homem-formiga, dão muito gosto. Outra coisa boa em Homem-Formiga é que o filme aposta voluntariamente no humor, e isso funciona de um jeito adorável, e torna-se não só benéfico para o filme como também para o elenco, que, nesse impulso, ganha um máximo destaque, e as performances adquirem um certo realce em seus valores. Paul Rudd, que, na maioria das cenas possui o auxílio de dublê, justo por conta dessa comédia e também do forte ponto dramático faz valer a pena e não só leva no rótulo a atuação preenchida pela falsa atuação feita por dublês, mas também por conta disso. Talvez o homem-formiga seja o melhor herói da Marvel. Não sou lá especialista nesse assunto, mas, pelo que vi nos filmes, e pouco em alguns quadrinhos, o homem-formiga, além de ser o menos frio, arrogante, insensível, melancólico, inóspito e temperamental deles, é o melhor e maior herói, em minha opinião. Mesmo que o moralismo bata constantemente à porta, impossível negar a importância desse herói para a construção de uma boa história para todo tipo de público, incluindo as crianças, ao contrário das outras tramas da Marvel, que nem tanto se adequam ao último citado. Uma pena tremenda ver que, por um pouquinho, mesmo, o filme desse personagem não acertou. Só faltava um pouquinho, e aí eu teria de sair por aí idolatrando-o como o melhor filme de super-herói. Mas, infelizmente, não. Eu queria mesmo gostar de Homem-Formiga, e por um lado eu gostei sim. Mas pelo outro...

A direção de Peyton Reed é excelente. O diretor de grandes comédias, como Separados pelo Casamento e o ótimo Sim Senhor!, com Jim Carrey, dá um grande passo com Homem-Formiga. Um passo bem importante. Sem exceder a característica comédia, Reed assume uma gigante responsabilidade na direção e a transforma numa fortaleza protegida e um dos mais valiosos bens deste longa. O roteiro, que, além do próprio Paul Rudd leva Edgar Wright na autoria, seria melhor se não decepcionasse tanto pelo final, que começa bem, mas termina ferrando tudo. (spoiler) Quando o homem-formiga vira átomo na única opção de destruir o feroz homem-formiga do mal, resumindo, para salvar a filha e o padastro dela, o nível dramático da história é maximizado e, ali, temos a impressão: "Puxa, que filme, cara! Que final!". É raro, mas alguns filmes são totalmente aniquilados por seus toscos e inúteis finais. Um deles é Homem-Formiga, que encerra com um final feliz bem inconformador, que destruiu de vez a minha esperança de ver um ótimo filme. Mas, como eu mesmo falei, apesar dessas imperfeições estraga-prazer, Homem-Formiga não é só desgraça. Seu diretor empenhado, Peyton Reed, seu elenco afinado e talentosíssimo, a trilha sonora de Christophe Back, e os efeitos visuais (mais especificamente em 3D) fazem toda a diferença. A favor desses artifícios, vale ver Homem-Formiga.

Homem-Formiga (Ant-Man)
dir. Peyton Reed - 

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