Não bastou Interestelar ter chegado ao nosso circuito ano passado bem adiantado. Só depois de dez meses de seu lançamento é que a minha pessoa decide vê-lo. Depois de ver a divisão causada por Interestelar, e seus pesarosos 160 minutos, perdi a coragem. E o tempo passou. Ontem, a coragem me fez agarrar a chance de ver o último longa de Christopher Nolan em vídeo, e seu mais ambicioso projeto, como se não estivéssemos falando do mesmo cara que criou o surreal universo da superprodução A Origem (que eu gosto bastante, só pra falar) além da trilogia do Batman que nos presenteou o bombástico (no bom sentido) O Cavaleiro das Trevas, além de Amnésia, filme independente que, mesmo a baixo orçamento, teve a ambição de Nolan e seu irmão Jonathan transportada para o inteligente roteiro. Isso sem falar em O Grande Truque, que também é um trabalho maior dele. No entanto, em seu maior filme - falando da dimensão da produção -, que prometia ser uma baita obra de arte, e sua mais importante realização, Nolan falha. De tanta ambição, de tanto querer ser grande - pode parecer moralista, mas no fundo não é - Nolan se perde e constrói uma trama futurista non-sense bem atrativa e inovadora, claramente inspirada no clássico genial de Kubrick, 2001: Uma Odisseia no Espaço, mas que por erros medíocres e anti-convencionais, vira de ponta-cabeça, e seus valores perdem força e desaparecem à medida que o filme vai revelando suas imperfeições.
Em certos aspectos, fica bem fácil lembrar de Gravidade. A diferença principal entre este aqui e a grande obra do mexicano Alfonso Cuarón é a qualidade, uma vez que Gravidade trata-se de uma obra fenomenal, e Interestelar uma decepção imperdoável, salvo brevemente por sua plausível excelência técnica. Na esperança de surpreender e agradar a todos com um final inegavelmente inteligente e bem-feito, e amenizar a sensação de confusão deixada pelos segmentos anteriores à ele, Interestelar e seu diretor-roteirista, Christopher, cometem um erro escabroso. O que é pior num filme? Muitas vezes, um grande final vem acompanhado de uma trama bem desfigurada, por se dizer, complicada e aparentemente irresolvível. Mas, o que dizer quando o final esclarece a boa parte de nossas duvidas, mas por outro lado só confunde mais o espectador, como um quebra cabeça que, mesmo depois de todas as peças utilizadas, ainda possui espaços vazios? Nolan cria pistas de um mistério que não existe, e, enquanto as acumula, vai divertindo o público com ensaios filosóficos sobre o ser humano e seus ângulos mais diluídos, suas perguntas mais profundas, e seus desejos virais. Não estou julgando, de modo algum, tal acomodação. Estou criticando, com base no que vi, a irresponsabilidade do método utilizado aqui por Nolan e a minha insatisfação. Respeito muito quem gostou de Interestelar. Melhor falando: os invejo. Afinal, queria ter gostado desse filme, tanto quanto gostei de outros enigmáticos e mágicos trabalhos de Nolan, que já é um ilusionista cinematográfico exímio, algo que todos seus grandes filmes provaram com sucesso, à exceção deste aqui, o primeiro grande fracasso dele.
Estamos no espaço. Na Terra, uma luta assombrosa pela sobrevivência toma conta dos humanos. De volta ao espaço, algo do gênero preocupa e promove a tensão entre os astronautas a bordo da última embarcação espacial, que buscam um novo planeta habitável para os humanos, que, a cada dia, vão sendo exonerados pela fraqueza da alma e por constantes tempestades de poeira (maléfica à saúde). Um corajoso astronauta, que está a bordo da missão, perdeu a esposa devido a um tumor, e muito recentemente teve de abandonar seus filhos na Terra com o objetivo de salvar a humanidade. Entre umas e outras, o tempo no planeta encontrado não bate com o tempo da Terra e, cada hora lá equivale a sete anos aqui. Desesperado com os problemas que acabam surgindo, domado pela angústia de estar afastado dos filhos, especialmente da filha, Murph, que acaba crescendo e virando uma pesquisadora, o astronauta se vê obrigado a enfrentar cara a cara a pressão e a responsabilidade de ser a única chave para a salvação, mesmo que isso custe sua lealdade familiar.
Ao elenco de Interestelar, falta firmeza e dramatização. Tudo é muito supérfluo. Matthew McConaughey e seu personagem-dramalhão, que sustenta um doloroso, mas ainda dramalhão, sentimento de culpa e indecisão só tende a impulsionar a impaciência. A melhorzinha de todos, mas ainda mediana, é Jessica Chaisten, que chega bem perto do final. Palmas à desoladora trilha sonora de Hans Zimmer, que é por demais emocionante. A fotografia de Hoyte van Hoytema, que já teve uma experiência futurística com Ela, que é bem melhor, também é de se elogiar. Como não tive a sorte de ver o filme em IMAX, e muito menos em 3D, no cinema, infelizmente não posso descrever o quão bom são os efeitos visuais utilizados aqui. No mínimo pelo que vi sem a grande tecnologia visual das salas de cinema, em certos momentos é bem impactante e bonito. Interestelar termina, e eu fico sem palavras. Não no sentido de estar totalmente maravilhado e vislumbrado, mas literalmente no sentido de não poder descrevê-lo. Se cumpro esta missão aqui, foi de muito esforço. Inicialmente, não sabia o que diria dele. Estava dividido. Mas uma coisa eu estava certo: se algo escreveria sobre ele, coisa boa não era.
Interestelar (Interstellar)
dir. Christopher Nolan - ★★★
Para mim, os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de Interestelar imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do ator Matthew McConaughey, um ator muito comprometido (pode Ver Filme de Ação é uma ótima opção para ver), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo.
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